terça-feira, 21 de setembro de 2010

O Porquê da Crônica

Hoje, refletindo (como sempre), me caiu uma ficha. Uma ficha que já havia caído em outros momentos, em outros Carnavais mentais. Já havia pensado como eu me identificava com as crônicas, ou um gênero literário que, entre outras definições, seria como algo passageiro, descartável, algo como uma notícia de jornal que se lê e no outro dia já não se lembra de mais nada do que foi lido. E confesso que do que li – e muito pouco -, em termos de crônicas, deve-se aos livros escolares. Pois quando adolescente meio que rebelde, no auge do surfe, esporte que realmente não dá muita ênfase a bancos escolares e muito menos ao “queimar de pálpebras”, ou o debruçar sobre livros e outras leituras, amenas que sejam, eu lia – surpreendentemente -, estupefato, ofegante, entusiasmado, aqueles textos que narravam de tudo. E talvez aí esteja a razão do meu gostar por esse gênero literário, pois senti – e sinto -, certa liberdade de expressão ao se fazer uma crônica, a começar pelo assunto abordado, que pode ser muito variado. Depois temos as licenças poéticas não necessariamente carregadas com aspas, ou só usando aspas quando realmente muito necessário, para se evitar maus entendidos ou más interpretações. E também desconfio que a crônica sirva como forma de diluir pensamentos na forma de palavras de forma eficaz, rápida e muitas vezes indolor, tanto para quem faz a crônica como para quem a lê, levando em consideração que existem reflexões que não devam ser desenvolvidas com o fito de se tornar uma conclusão, mas com o fito de se apreciar o desenvolvimento do tema; que antes da conclusão há pedras pelos caminhos, há paisagens naturais, existem situações que devem ser registradas tal qual um pequeno diário de bordo, para deleite não só do passageiro, mas da tripulação de um modo geral.

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